As minha sombras

As sombras deste mar traiçoeiro só me demonstram que nada é igual aquilo que eu idealizei. Esta tempestade de sentimentos que me assombra diariamente, revoluciona-me o pensamento. Tantas premissas verdadeiras mas a  conclusão nunca é a que espero, serei eu que estou errada ou é a tempestade sombria do viver que está incorrecta. O degelo do meu coração sufoca-me a  razão e torna-me condescendente comigo mesma. Com a fome de perdoar o imperdoável , já nem sou eloquente. A coerência racional da minha alma que tanto apregoei desvaneceu-se entre as brumas do oceano do meu raciocínio  já tentei esconde-la nas sombras covardes dos meus receios, mas o amanhecer revela sempre as minha fragilidades. Escrevo sem nexo, na esperança de que alguma alma me alcance a consciência  e me leve a por em dúvida tudo aquilo que dei como adquirido.  A leviandade dos factos mostra-me, que cada vez mais, cada palavra que narro não parecer ter qualquer sentido ou direcção, censuro o correcto e aplaudo com gosto o reprovável  estarei delirante ou será que foi o amor que me cegou?