Um sonho mau




A relevância destes dias que por mim passam tem sido nula.  O tic-tac do relógio assombra a minha alma e dou por mim a deparar-me com as horas a passar com a fúria e a violência de uma grande tempestade. Não consigo controlar este escasso tempo, estou encurralada neste mundo tão meu e que consumiu o meu corpo de forma tão sorrateira que nem a minha perspicácia resultou para apanhar este pormenor em flagrante. Sento-me no centro de um grande túnel, escuro e solitário. Quero alcançar aquela luz que tanto se fala mas, onde esta ela? Dou voltas neste espaço que me sufoca o ar e não encontro a saída. Espero então, miudinha e com medo do que vem a seguir. Talvez à espera que algo de relevante apareça de novo para me levar desta escuridão. É a tal esperança de que se ouve falar. Tenho consciência, ou pelo menos tento ter, que tudo acabará em bem, mas esta caminhada está a percorrer uma estrada com altos e baixos, tal e qual como se encontra o meu coração; cheio de retalhos devido a todas as feridas que nele cresceram. A dor da ferida é insuportável mas, como todas as outras feridas que no nosso corpo nascem, vai tudo ficar como novo. O tempo está a melhorar, os raios de sol voltam a desejar-me um bom dia pelas pequenas entradas de luz da minha janela. Uma onda de nostalgia positiva entranha-se no ar. O cheiro ao meu perfume faz-me sorrir e aconchego-me nas tantas almofadas que acompanham o meu sono. apercebo-me assim que esta a nascer um novo dia e que toda aquela dor foi resultado de um pesadelo que por mim passou. Levanto-me, olho para o telemóvel e a tua mensagem esta a espera que eu a abra. «Bom dia amor da minha vida!»,voltaste, ou tento acreditar que sim, mesmo que a realidade não seja essa.


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