Vou gostar de mim aconteça o que acontecer

Todos nos temos momentos de dúvida, mas quando eles nos assombram, tornam-se um problema sério. Quando tinha 10 ou 11 anos tive de escrever uma composição com o título "De que mais gosto em mim". Por mais que tentasse não conseguia descobria em mim nada que admirasse. Não gostava especialmente do meu aspecto físico e as minha notas na escola não eram as melhores. Em geral, não estava muito impressionada comigo, de maneira que passei anos a evitar a minha própria companhia. Agora era capaz de escrever essa composição num abrir e fechar de olhos. Levei 6 anos para perceber e, o que é mais importante, para acreditar que sou uma pessoa boa que faz algumas coisas maravilhosas. Ainda faço algumas coisas erradas e não tenho a certeza que me tenham dado o corpo certo quando nasci, mas aceito que a Daniela boa consegue conviver lado a lado com a Daniela má. E não é por causa de um par de defeitos ( um corpo imperfeito e a tendência para falar até a voz me doer) que vou riscar-me do mapa, uma rapariga tem de ter o seu amor-próprio não é verdade? De qualquer modo, os defeitos têm a sua utilidade e o que parece uma fraqueza pode acabar por se revelar um disfarce para uma força. A adolescência é um período de grande ansiedade. Sentimo-nos inseguras, instáveis, desinteressantes, achamos que estamos no meio de um campo de batalha, de um lado a idade adulta, do outro a infância. Num momento tentamos ser crescidas, no momentos seguinte fugimos em direcção à infância. Nas bancadas laterais estão os pais, os avos, os professores, os namorados, os filmes, os livros e a publicidade, todos eles a enviarem-nos mensagens sobre o que devemos fazer e como devemos ser. Estas mensagens dizem frequentemente que não somos nem suficientemente bonitas, nem suficientemente intelegentes. A confiança que tens em ti é a unica coisa que ninguem te pode tirar.

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